quinta-feira, 12 de agosto de 2010

TEXTOS DOS PROFESSORES DA CAPACITAÇÃO - CURRÍCULO, CONHECIMENTO E CULTURA / Professora Patrícia










Professora: Patrícia Dias Tabarelli


CURRÍCULO: CONHECIMENTO E CULTURA


Podemos entender a palavra currículo como caminho, rota, percurso a ser realizado. Assim, percebemos a sua utilização na educação: o percurso a ser percorrido, principalmente pelos professores e alunos em sua trajetória escolar. Esse percurso é marcado por tempos, atividades, conteúdos, relações pessoais, avaliações...tudo isto é currículo.

Uma das maiores preocupações de qualquer estudioso do currículo é: o que ensinar? Isso, ao mesmo tempo em que envolve a seleção e a organização de conteúdos, envolve algo mais importante, ou seja, que tipo de ser humano queremos educar e para que sociedade? Então para a pergunta o que ensinar, é necessário que nos perguntemos, por que ensinar.

A resposta a essa pergunta revelará o tipo de ser humano desejável para um determinado tipo de sociedade que queremos construir.

O currículo não é algo pronto e acabado, deve ser discutido e refletido. Envolve escolhas sócio-políticas e reflete a eleição de prioridades, constituindo-se num processo social de preferências e privilégios.

Como já mencionado, a preocupação com o que ensinar é uma das questões mais importantes dos estudos curriculares. Pensar o currículo escolar é também pensar num rol de conteúdos científicos, artísticos, literários, etc, a serem objeto de trabalho pedagógico. Pensar o currículo é também pensar num recorte a ser feito no mundo dos conhecimentos e transforma-los em conteúdo escolar. Logo, é necessário que os currículos sejam pensados e executados tendo em vista a realidade na qual se insere os envolvidos.

De nada adianta um currículo que trabalhe com conhecimentos que tenham valor apenas dentro dos muros escolares. Os problemas sociais devem servir de referencia, eles devem ser refletidos levando-se em conta as contribuições das várias ciências, pois os conhecimentos são exatamente as ferramentas capazes de solucionar problemas. De nada adianta o domínio de determinados saberes se não conseguimos utiliza-los para tornar melhor a vida em sociedade, se não pudermos fazer uso concretos dele.

Na abordagem curricular convencional, os conhecimentos são fragmentados, com informações isoladas, o que prejudica o aprendizado. É preciso um planejamento que envolva toda a escola em torno de objetivos comuns.

Um planejamento onde o professor deixa de ser um informador para assumir a condição de articulador, incentivador, o aluno passa a assumir uma posição autônoma e ativa na produção de seu próprio conhecimento.

Infelizmente na grande parte dos ambientes escolares, como já mencionei os conhecimentos se dão de forma compartimentada. Mesmo quando nossos planejamentos são feitos com coerência, que há vínculos muito claros entre os conteúdos das diversas áreas do saber, dificilmente os alunos conseguem perceber esta coerência. Em nossa própria formação acadêmica, dificilmente temos conseguido estruturar currículos ou planejamentos de ensino fora do estrito campo das disciplinas.

O currículo deveria ser organizado de maneiras diferentes, para ultrapassar os limites das disciplinas, que fosse centrado em temas, problemas, tópicos, onde os alunos teriam a obrigação de lidar com conceitos de várias disciplinas, compreendendo os temas de estudo. Afinal, vivemos em um mundo global, no qual tudo esta relacionado, é necessário então que ofereçamos as crianças referencias que as ajudem a pensar globalmente e forma interdisciplinar.

O currículo é um elemento importantíssimo na organização escolar e objeto de intenso debate.



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